Na última semana foi ao ar o último episódio da 12 temporada de Doctor Who. Os fãs estavam curiosos de ver o que os atores e o showrunner Chris Chibnal tinham a trazer.
Muita discussão e polêmica foi causada quando a atriz Jodie Whittaker foi anunciada como a nova doutora. Muitos viram apenas como uma estratégia barata de “lacrar”. Isso vindo de pessoas mais progressistas (hoje reclamações desse tipo são ainda mais frequentes, especialmente se levar em conta o conceito do pink money) e também de comentários com conteúdos machistas. Além de pessoas que sempre reclamam quando o Doutor muda. Afinal, toda mudança vai agradar e desagradar.
De um modo geral, a primeira temporada de Jodie, que ainda mudou o formato de companions e voltou para algo mais similar aos das primeiras temporadas da série clássica, cessou as reclamações com relação a uma mulher de Doctor. Os efeitos especiais melhoraram de forma gigante. Mas o roteiro foi muito criticado e Chris Chibnall, que recebeu a difícil missão de substituir Steve Moffat, foi o principal alvo.
Agora, a nova temporada começou com episódios cheios de ações, mistérios plantados, reviravoltas e uma doutora melhor também. A atuação de Jodie na temporada anterior foi boa, mas em vários momentos havia a sensação de não ser genuína, de estar tentando imitar o estilo de Matt Smith, mas nesta ela foi mais genuína, sua diversão como doutora era contagiante. E tivemos ainda a aparição do novo Mestre, que é fabuloso e honra o papel deixado por Missy.
Porém, da metade por fim há uma desandada. Como se tivesse perdido o fôlego. A volta dos Cybermen é bem feita, mas exceto pelo cybermen solitário, que tem grande presença, não há muitas novidades.
Quanto ao grande acontecimento da temporada, a destruição de Gallifrey pelo Mestre não é explicada e ainda não causa o efeito que poderia ter causado. Visto que Gallifrey já foi destruída na Guerra do Tempo com os Daleks, evento que foi uma sombra desde a volta da série em 2005 e só teve uma “conclusão” no assunto com Peter Capaldi.
Os companheiros do doutor nessa temporada evoluem como conjunto. E isso que é o destacável neles. Individualmente eles não tem tanto carisma, o que tem mais é o Graham, mas o conjunto que eles formam é algo muito legal de se ver. A amizade, o time.
Agora, os eventos do último episódio e da doutora Ruth. Esses foram os elementos que mais causaram discussão no fandom. Uns veem como mudanças naturais enquanto outros aumentaram seu desprezo por Chibnal, afinal são coisas que potencialmente alteram o canon da série (embora fazer tudo certinho e fazendo sentido não sejam bem uma marca da série) enquanto resgatam elementos da clássica, o que pode deixar alguns telespectadores confusos por assistirem apenas a era moderna.
Pode ser que no futuro, se os roteiristas virem que não faz sentido continuar assim, os eventos podem mudar. Ou podem permanecer. De qualquer forma, a nova temporada de Doctor Who apresentou melhoras da última, o elenco parece mais confortável com seus personagens e o roteiro melhorou, mas os eventos que deveriam ser os grandes plot twists não atingiram o mesmo efeito de temporadas anteriores, apesar de apresentarem sim ideias interessantes.
Agora é esperar para ver o que Doctor Who nos aguarda para o futuro. As últimas cenas e eventos já nos mostraram que podemos esperar algo grande.