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Resenha – Rio: Zona de Guerra (Leo Lopes)

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Escrito por um carioca, Leo Lopes nasceu no Rio de Janeiro, mudou-se para Brasília e voltou a morar na cidade maravilhosa ainda aos 10 anos. Em seu livro ele nos leva para um futuro não muito distante e não muito diferente no que diz respeito aos aspectos sociais da sociedade.

No futuro de Leo Lopes, as desigualdades sociais chegaram a um nível em que todo o poder está concentrando em megacorporações multinacionais que impõem suas vontades através de milícias em uma sociedade em que não há mais governo ou estabilidade.

O único lugar em que há conforto e segurança é dentro dos muros da Fronteira. Um local que engloba a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes, onde moram os ricos e ficam as sedes das megacorporações. Enquanto do lado de fora as pessoas vivem sob o controle das gangues. A Zona de Guerra.

E vamos conhecendo esse Rio de Janeiro através do detetive Carlos Freitas, um homem que cansou do lado de dentro da Fronteira e há anos mora na Zona de Guerra. Ele é contratado por Vivian Ballesta, uma dama de luxo, para investiga a morte de uma prostituta que morreu no lado de dentro. A causa oficial é suicídio. Mas terá sido mesmo?

Freitas é o típico detetive durão, rude e de poucas palavras enquanto Vivian é a clássica dama fatal, inteligente e que sabe usar sua beleza a seu favor. O detetive ainda é auxiliado no lado de dentro pela advogada Renata Braga, com quem tem um passado.

O livro possui vários elementos clássicos das histórias de detetive noir em um cenário cyberpunk e futurista que aborda as desigualdades sociais, preconceitos e problemas institucionais. Não à toa o enredo se passa no Rio de Janeiro.

O livro traz uma trama bastante criativa e a leitura é bastante dinâmica. Cheia de adrenalina e com uma temática bastante familiar a nós brasileiros. Se eu fosse comparar com uma outra trama seria a do filme Elysium.

Uma ótima leitura.

Colunista: Walter Niyama é formado em Jornalismo pela ESPM-SP. Além do Nerdssauros também escreve para o Converge-Jornalismo. Também é autor de três livros publicados: O Mistério dos Suicidas; Guardiões de Sonhos – As Portas dos Pesadelos; e Anos Atrás – Uma História de Santiago Valentim.

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