Henrietta seria uma cidadezinha comum no interior dos Estados Unidos como qualquer outra. Mas se esse fosse o caso não estaríamos falando dela. Nessa cidade mora Blue Sargent, uma adolescente que também não é uma adolescente qualquer. E num dia igualmente especial, a véspera do Dia de São Marcos, ela com sua mãe clarividente foi até uma igreja abandonada para ver os espíritos daqueles que irão morrer em breve.
E nisso Blue conhece o espírito de um garoto: Gamsey, um estudante da Academia Aglionby. Uma escola particular muito conceituada e que normalmente apenas os ricos frequentam. Pejorativamente chamados de “Garotos Corvos”. Uma “profecia” que a garota escutou das médiuns de sua família é que se ela beijar seu amor verdadeiro, ele morrerá. Um pensamento não muito animador se para levar consigo no primeiro beijo.
Blue não conhece Gamsey. Nem os amigos dele, Adam, Ronan e Noah. Muito menos a busca deles. Gamsey é rico, inteligente, leal, e obsessivo. Quando tem um objetivo, nada pode pará-lo. Nem mesmo o bom-senso. Que bom que, apesar das brigas e conflitos entre eles, seus companheiros são igualmente leais na loucura que é a busca por um rei adormecido através de história, lendas, ciência e as místicas Linhas Ley.
Blue irá acabar conhecendo esses garotos. E juntos, como nas boas histórias, nada mais será o mesmo.
A primeira vista esse livro pode afastar algumas pessoas que podem considera-lo um romance raso, que foca mais em conflitos amorosos e adolescentes do que na magia e no mistério, mas em “Os Garotos Corvos” ocorre justamente o contrário, e nenhuma das partes é rasa, são todas bem-feitas e construídas. Incluindo os dramas de cada personagem, seja protagonista ou secundário, todos eles têm seu espaço, importância e conseguimos sentir empatia por cada um deles.
O estilo de escrita da autora Maggie Stievfater é muito cativante, dinâmico e insere o leitor no cenário. Você se sente como parte desse grupo de jovens que estão em aventura juvenil que com o tempo se mostra algo muito maior e também mais perigoso do que poderiam imaginar.
Colunista: Walter Niyama tem 21 anos, é estudante de jornalismo pela ESPM, é autor publicado dos livros “O Mistério dos Suicidas” e “Guardiões de Sonhos – As Portas dos Pesadelos” e gosta de ocupar seu tempo livre dormindo.