Juventude é uma coisa muito boa. Em alguns momentos. Em outros é um período no mínimo estranho, triste ou desconfortável. Mas é inegável as coisas boas que vem com ela, aprendizados, experiências, e um dos livros que capta tudo isso sem sombra de dúvidas é ‘As Vantagens de Ser Invisível’, de Stephen Chbosky.
‘As Vantagens de Ser Invisível’ ficou famoso na época do lançamento do filme de mesmo nome que contou no elenco com Logan Lerman, Emma Watson, Ezra Miller e Paul Rudd. Ou seja, Percy Jackson, Hermione Granger, e os futuros Flash e Homem Formiga (ou marido da Phoebe). Brincadeiras à parte, a escolha de atores foi muito boa e cada um se encaixou bem com seus respectivos personagens.
É bem fácil falar de filmes que não adaptaram bem as obras em que foram baseados, mas esse não é o caso de ‘As Vantagens de Ser Invisível’, de fato eu conheço gente que gosta mais do longa-metragem do que do livro que narra a história de Charlie, que tem dificuldades extremas em socializar e começa uma amizade curiosa com Patrick e sua irmã, Sam, e mal sabia ele como sua vida mudaria. Numa pequena jornada com autoconhecimento, música, encontros, beijos … E um pouco de drogas.
É fácil se identificar ou simpatizar com os personagens, provavelmente conhecemos pelo menos uma pessoa que é como um deles. Seja alguém introvertido e que às vezes não sabe o que fazer diante do que a vida nos coloca à frente, alguém que, apesar das gozações e zombarias consegue ficar sempre com a cabeça erguida, ou uma pessoa que esconde suas próprias inseguranças e aceita coisas que não deveria.
‘As Vantagens de Ser Invisível’ é um livro bem gostoso de ler, se você for adolescente é uma obra que vai se comunicar muito bem, se já tiver passado dessa fase, vai te fazer relembrar como era. Se você ainda não é adolescente… Talvez seja um pouco cedo para lê-lo.
Mas a comunicação com o leitor é muito bem feita especialmente pelo fato de Charlie estar escrevendo cartas para um amigo de correspondência. Ele nunca é respondido, mas vai escrevendo, contando tudo que está acontecendo em sua vida, o que ele pensa sobre, e é como se ele estivesse escrevendo para nós. O que de certa forma nos torna parte da jornada dele.
Vale ressaltar, no entanto, que na história nem tudo são maravilhas. Não mesmo. Assim como na juventude, ou na vida de um modo geral. E pode ter traumas.
A obra nos mostra muito bem isso já pelo fato de que Charlie no começo do livro ainda tenta se recuperar da perda de um amigo que se matou e as cartas serem uma maneira dele de extravasar. Não quero falar muito sobre para não estragar a experiência de quem for ler, ou ver o filme, recomendo que faça os dois, a ordem não importa muito.
O livro e o filme tem praticamente a mesma história, é um dos longas-metragens mais fiéis ao texto original que se pode ver. O autor inclusive é ninguém mais ninguém menos que o diretor. Ele também dirigiu ‘Extraordinário’ e esteve na produção de ‘A Bela e a Fera’ de 2017.
‘Gatinhas e Gatões’, ‘Clube dos Cinco’, ‘Curtindo a Vida Adoidado’, ‘Sociedade dos Poetas Mortos’, ‘Um Som Diferente’, todos abordam a adolescência, e em maior ou menor grau, os dramas, as rejeições, a depressão, e as descobertas da vida. Se você gosta de pelo menos um desses filmes, dê uma chance para ‘As Vantagens de Ser Invisível’.
Colunista: Walter Niyama é estudante de jornalismo pela ESPM e tem dois livros publicados: “O Mistérios dos Suicidas” e “Guardiões de Sonhos – As Portas dos Pesadelos”.