Hoje não estamos pra brincadeira.
Nunca a frase “não é brinquedo, não” teve tanto sentido como no filme Brinquedo Assassino, nossa matéria de hoje no #31DiasDeTerror.
Child’s Play (título original) estreou em 1988 dirigido por Tom Holland (não, obviamente não estamos falando do Homem Aranha do MCU).
O filme de terror mostra a história de um boneco que parece a versão mini do Fofão (novinhos que não sabem quem é o Fofão dêem um Google), envolvido em um ritual de vodu realizado por um serial killer, que a beira da morte, atingido por um tiro em perseguição pela polícia e abandonado pelo seu comparsa, utiliza seus conhecimentos em magia negra para transferir seu espírito para o boneco.
Mas na hora, um raio atinge a loja (sempre um raio para dar poder às pessoas assim, como num flash), selando assim o download do capiroto.
Charles Lee Ray, o espírito psicopata agora vivendo no corpo do amável boneco, é resgatado no dia seguinte por um mendigo, em meio aos destroços da loja, e vendido como presente de aniversário. Só que Charles descobre que precisa se transferir do corpo do boneco para o da primeira pessoa a quem se revelou, ou seja, Andy, o garoto aniversariante. Ou ficará preso no mini Fofão para todo o sempre.
E assim, baseado num pouco de vodu, num raio e em mil travessuras mortíferas a seguir, temos o enredo para uma série de mais duas sequências com o mesmo nome (Brinquedo Assassino 2 – 1990 e Brinquedo Assassino 3 – 1991), A Noiva de Chucky (1998), O Filho de Chucky (2004), A Maldição de Chucky (2013) e O Culto de Chucky (2017).
Acho que não vale a pena falar sobre o enredo das sequências né, embora absurdo, sim, os títulos são autoexplicativos. Resumidamente, nos volumes 2 e 3 da franquia, Chucky ainda persegue Andy, sendo que no terceiro filme já se passaram 8 anos de perseguição e nada de ferro no boneco, depois a namoradinha de Charles se junta na brincadeira, se transformando em boneca também (agora sim tem “ferro na boneca”) e na última… Bem… É isso. Eles têm um “bonequinho”. Digo “última” porque em A Maldição de Chucky e O Culto de Chucky, muita coisa muda, além de diretores, visual do boneco e tudo mais. O alvo agora é outro, ou melhor, outra, mas Andy retorna no filme de 2017 para dar uma forcinha.
O filme venceu na categoria de melhor atriz (Catherine Hicks, que interpreta a mãe que dá o boneco do capiroto para o filho Andy) o Prêmio Saturno em 1990, nos EUA, além de ter sido indicado nas categorias de melhor filme de terror e melhor roteiro.
Curiosidades
– O nome de Chucky, Charles Lee Ray, é um derivado dos assassinos famosos Charles Manson, Lee Harvey e James Earl Ray.
– Um slogan promocional de cinema tinha uma frase que dizia “Quando as pessoas têm pesadelos, sonham com Freddy, mas quando Freddy tem pesadelos, sonha com Chucky”.
– Chucky, após esse primeiro filme, se converteu em um dos maiores assassinos da história do terror, ao lado de Freddy Krueger, Jason Voorhees e Michael Myers, segundo a maioria das críticas.
– Era o único filme da franquia até então a ser dublado no Rio de Janeiro pela Herbert Richers, os filmes seguintes foram dublados em São Paulo na BKS, em 2017 O Filho de Chucky foi dublado pela Cinevídeo com Guilherme Briggs dublando Chucky.
Na dublagem brasileira os Good Guys Doll (marca do boneco Chucky) foram traduzidos como bonecos ‘Cara Legal’, porém nos filmes seguintes eles foram traduzidos como bonecos ‘Bonzinho’, isso se deve ao fato da troca de estúdio de dublagem.
– Na cena original da morte da babá ela morre eletrocutada enquanto toma um banho. A cena foi usada mais tarde em A Noiva de Chucky.
– No roteiro original, escrito por Don Mancini, o público imaginaria que o real autor dos assassinatos seria o menino Andy em vez do boneco. A ideia foi usada mais tarde por Kevin Tenney em Pinocchio’s Revenge.
– O trabalho de narração do Chucky, realizado por Brad Dourif, foi gravado com tanta antecedência que a equipe podia ajustar a boca do boneco em relação às palavras. Por causa disso, o narrador raramente aparecia no set de filmagens durante as cenas do brinquedo assassino.
– O título provisório do filme, o qual originalmente em inglês se chama Child’s Play, era Blood Buddy (Amigo de Sangue, em tradução livre).
– Na cena em que Chucky corre atrás de Maggie no corredor, Chucky foi na realidade interpretado pela irmã mais nova de Alex Vincent, o ator que faz o menino Andy no filme.
– Em uma ideia que foi abandonada, Chucky se tornaria aos poucos cada vez mais humano enquanto Charles Lee Ray vivesse dentro do boneco. Começaria, por exemplo, a crescer barba no brinquedo.
– Brad Dourif, o narrador do Chucky, corria ao redor do estúdio de gravação para fazer a voz exigida para o boneco em algumas cenas. Por isso ele ficava esgotado após cada gravação. Na verdade, ele quase desmaiou após fazer o grito do Chucky quando ele é queimado vivo.
– Brinquedo Assassino foi rejeitado pelo estúdio MGM / United Artists após o primeiro filme. A Universal então comprou os direitos da franquia.
Catherine Hicks (Karen) e Kevin Yagher (o criador do Chucky) se conheceram no set de filmagens e se casaram um ano depois.
– Howard Franklin contribuiu para o roteiro do filme, mas até hoje não teve o seu nome creditado ao final.
– Em uma entrevista, Don Mancini disse que o roteiro de Brinquedo Assassino foi em um primeiro momento uma sátira das campanhas de propaganda marketing para as crianças, mas depois a ideia cedeu lugar a um filme de horror.
– O filme foi lançado na mesma data, 9 de novembro de 1988, que a cena de abertura na qual o serial killer Charles Lee Ray transfere sua alma para o boneco.
– No enredo original, Andy corta a sua própria mão e faz um pacto de sangue com Chucky, o que transforma o boneco em humano.
– Brinquedo Assassino traz uma idéia presente em outros filmes de Tom Holland: as pessoas veem coisas sobrenaturais, mas ninguém acredita nelas. Essa idéia pode ser vista em filmes como Scream for Help, Cloak & Dagger e Fright Night.
– A loja de brinquedos na primeira cena do filme era na verdade um restaurante chinês que foi fechado em Chicago.
– Don Mancini e John Lafia foram barrados do set após ameaçarem processar Tom Holland em uma disputa por créditos.
– O filme foi produzido com um orçamento de 9 milhões de dólares e faturou mais de 33 milhões de dólares apenas nos Estados Unidos.
– Foram criados nove modelos de bonecos, sendo um para cada tipo de movimento. Um por exemplo, que ficava em pé, outro que caminhava e aqueles que poderiam ser arremessados para as cenas de maior violência. Os movimentos dos bonecos eram acionados por controle remoto.
– Andy foi o único papel promissor do ator Alex Vincent. Em 1993 Vincent atuou no filme “My Famile Treasure” e desde então desapareceu dos cinemas, em 2013 ele reprisa novamente seu papel de Andy Barclay na cena pós créditos de A Maldição de Chucky e em 2017 retorna fazendo o personagem em O Culto de Chucky.
– O diretor Tom Holland e o ator Chris Sarandon (Detetive Mike Norris) já haviam trabalhado juntos anteriormente em outro filme de terror de sucesso, chamado “Fright Night” (no Brasil, A Hora do Espanto), no qual Sarandon faz o papel de um vampiro.
– O filme da saga em que há mais mortes é “A Noiva de Chucky” com doze mortes.
– No filme, Chucky nunca mata crianças, somente pessoas adultas.
Há uma série e um reboot da franquia de Chucky encaminhadas, ambas ainda sem datas previstas.
Em uma sessão de perguntas e respostas no Screamfest, o criador da franquia, Don Mancini, deu novos detalhes sobre a série baseada nos filmes ‘Brinquedo Assassino’, que deverá continuar de onde o último filme parou.
“Nós terminamos ‘O Culto de Chucky’ com vários ganchos em aberto para dar início à trama da série. Há várias tramas para acompanhar, e a televisão é o melhor formato para acomodar a narrativa que estabelecemos intencionalmente. Ao mesmo tempo, nós temos um mundo completamente novo, com vários novos personagens que eu não posso revelar absolutamente mais nada.”
“Planejamos usar o Brinquedo Assassino no título”, explicou Mancini. “Queremos definitivamente sinalizar que estamos ficando mais sombrios do que nunca. Vai ser muito assustador.”
Além disso, ele afirmou que a franquia de filmes irá continuar.
Produzidos pelos mesmos responsáveis por It – A Coisa, o reboot de Brinquedo Assassino segue sendo preparado a todo vapor. Além de terem selecionado os protagonistas do novo terror tocado pelo boneco do capeta, Aubrey Plaza (Legion) e Brian Tyree Henry (Atlanta), os produtores também divulgaram, via Entertainment Weekly, a primeira foto oficial da nova versão.