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SÉRIES – SAFE

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Criada pelo escritor Harlan Coben, conhecido por escrever histórias de suspense e mistério, onde muitas vezes apresenta casos não solucionados como crimes e acidentes fatais. A série que apresenta um thriller de drama e muito suspense estreou mundialmente no Festival de Cannes em Abril de 2018, e veio a ser lançada na Netflix em 10 de maio de 2018. A produção marca o retorno de Michael C. Hall as telinhas, o ator eternamente conhecido por interpretar o protagonista Dexter Morgan da série de mesmo nome do personagem que o rendeu diversos prêmios ao longo das oito temporadas, entre eles o Globo de Ouro de melhor ator. Após quase 6 anos parado o retorno o ator trouxe  grande expectativa para a produção. Vamos saber agora se essa expectativa foi atendida.

A série traz o protagonista Tom Delaney, um cirurgião pediátrico, pai de duas filhas Jenny e Carrie, e viúvo a alguns anos após ter perdido a esposa que morreu vítima de um câncer. A série começa quando sua filha Jenny desaparece após ir a uma festa e gira em torno da incessante procura de Tom por sua fila. Além de Jenny, seu namorado Chris Chahal também desaparece, e o que completa o inicio de uma trama de muito mistério e que desperta bastante a curiosidade é o que aparenta ser uma armação para Zoe Chahal a mãe do jovem desaparecido e professora da escola da região está tendo um caso sexual com um dos alunos da escola. Em meio as investigações do desaparecimento dos jovens, e do caso de pedofilia a história se desenrola misturando-se a diversos elementos misteriosos envolvendo os demais moradores da vizinhança.

A série tem como mérito a característica de prender a atenção do espectador, que motivado pelo desejo de saber o que está acontecendo ali diante de seus olhos, acaba devorando um episódio atrás do outro, isso junto ao fato de serem apenas 8 episódios faz da produção uma ótima pedida para amantes de suspense que são ansiosos demais e que não tem tanto tempo disponível para se prender a uma série longa. No desenrolar dos atos da história a série muda bastante, fazendo com que sua percepção sobre cada personagem, e o que você acha que está realmente acontecendo mudem o tempo todo, de um caso de sequestro, para um de homicídio, para de repente achar que tudo não passa de uma fuga de casa de uma adolescente rebelde, tudo isso está certo e/ou errado, basta encaixar no arco certo da trama, porém para entender tudo, apenas assistindo até o final.

A produção ganha pontos por dar o ar de que cada fato ocorrido dentro da história é independente de outros, e por fim mostra que alguns realmente são, enquanto outros são totalmente conectados com o outro, criando um excelente mistério, e posteriormente um ótimo esclarecimento de toda a confusão ali criada, a solução para o caso é surpreendente uma vez que desmitifica tudo o que o espectador imaginou que sabia, trazendo um culpado a muito diferente do que a história havia apresentado como suspeito, e desenterrando mais segredos, os quais os espectadores jamais haviam imaginado no decorrer da série. No entanto um ponto me incomodou nesse aspecto; quando todos os fatos foram apresentados e tudo parece começar a se resolver, na minha visão o desfecho acaba sendo entregue antes da hora, uma vez que ainda no fim do penúltimo episódio eu já havia deduzido (corretamente) o que se passaria no último episódio, o que embora tenha me incomodado, de maneira alguma estrague a experiencia ou sirva como desabono para o roteiro.

O elenco da série é bem coeso, com bons atores, embora todos pouco conhecidos, a maioria atua muito bem e contribui para o tom da série. Como já era de se esperar o destaque fica a cargo do protagonista, Michael C. Hall se apresenta reinventado na série, trazendo uma atuação esplendida e dando vida a um personagem totalmente diferente dos personagens o qual o ator foi consagrado por interpretar, chegando até a falar puxando um sotaque britânico, que por si só “vale o ingresso”. Diferente do icônico Dexter Morgan, o cirurgião Tom Delaney, embora seja um ex-militar é bastante vulnerável, chegando a cometer erros na busca por Jenny, a cometer erros como ser precipitado, se desesperar em momentos cruciais e até a ser um pé no saco das pessoas ao seu redor, que na maioria das vezes só querem lhe ajudar. Embora a todo momento eu esparasse que Tom se mostrasse um pouco como Dexter e apresentando a frieza e habilidades do mesmo, o fato de o personagem ser mais humano, e não saber lidar com muitos dos obstáculos encontrados torna a trama muito mais coesa, uma vez que não faria sentido um médico, pai viúvo, morador de uma pacata vizinhança saísse por ai ao estilo Rambo, desbravando o condomínio a procura da filha. Ponto para os criadores da série, e para o ator por dar  vida a tal.

Safe vale a pena ser assistida, pela boa trama, pelo bom suspense e claro pelo retorno de Michael C. Hall. O fato da série ser curta ajuda bastante, e seria uma boa que ela continuasse assim, 8 episódios de uma boa e coesa história, e nada de encheção de linguiça com uma 2ª Temporada. Porém uma nova história de Harlam Coben protagonizada por Michael C. Hall é totalmente bem vindo.

Nota do Colunista: 3,5/5 Sauros

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