Quem não conhece o trabalho da autora Karin Slaughter está perdendo ótimos livros. A autora de livros thriller é uma bestseller nos Estados Unidos e mundo afora. Eu tive a oportunidade de conhecê-la há dois anos na Bienal do Livro. Foi bem legal, fiz uma pergunta de platéia, avisei que iria falar dela numa matéria sobre o evento para o portal da faculdade, bons tempos.
E bem, a primeira história que eu li dela foi Tríptico. E foi muita sorte. Só porque eu comprei o livro anos atrás porque estava numa promoção, eu não sabia quem era a escritora, mas a sinopse me interessou. Eu sou muito fã de livros de investigação, especialmente os que envolvem. Dos contemporâneos, creio que o que mais gostei até agora foi Harlan Coben com seu personagem: Myron Bolitar.
Mas aqui falarei de outro personagem incrível: Will Trent. Em Atlanta, um assassino está a solta, atacando adolescentes. Para investigar o caso estão o detetive da polícia Michael Ormewood, um veterano que não aguenta mais seu casamento e a linda e perspicaz policial Angie Polaski. Mas eles terão a ajuda de Will, um agente da GBI ( Georgia Bureau of Investigation).
Apesar de não querer ser rude (pelo menos não muito), Michael e a delegacia estranham o agente Will Trent, por suas roupas que incluem terno e colete, seu jeito meio desengonçado e sua altura que o fazem se assemelhar ao personagem “Tropeço” da Família Adams, fora seus tiques estranhos. Mas uma pessoa não está surpresa com nada disso: Angie, que o conhece há muito tempo.
O que me marcou nessa história é o seu desenvolvimento. Primeiro tudo parece que será algo que já vimos sempre: personagens adultos que tem seus dilemas e demônios do passado tentando capturar um monstro e pronto. Mas não. Vai além disso. Eu não quero entregar muitos spoilers, mas digo que as coisas não são como parecem e da metade para o fim somos surpreendidos.
Eu quero destacar alguns elementos da autora. Eu quero começar com a construção dos personagens. Eles são bastante profundos, tem suas motivações, e o Will é o que mais encanta. Mesmo com seu tamanho e força ele não é um policial durão, longe disso, e a maneira como consegue raciocinar, fazer seu trabalho, é admirável.
A leitura é viciante, queremos saber logo o que vai acontecer, qual desfecho os personagens terão, é algo que em alguns momentos é frenético e em outros é calmo e mesmo assim continua a nos prender. E há um trabalho de pesquisa muito grande por trás desse livro. De como investigações são feitas, como a vida na polícia é dura e longe de ser glamourosa, e como as pessoas podem liberar o que há de pior dentro delas e cometer atos horríveis. De fato, não é um livro recomendado para pessoas sensíveis.
Se você quer um thriller que te prenda, uma história de detetive que seja viciante, leia Tríptico. Tenho certeza de que não irá se arrepender.
Colunista: Walter Niyama é estudante de jornalismo na ESPM e é autor de dois livros: O Mistério dos Suicidas e Guardiões de Sonhos – As Portas dos Pesadelos.